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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Com aparelhos mais limpos e silenciosos, indústria antecipa futuro com o projeto E-Thrust, um programa para aviões movidos a propulsão híbrida e energia solar. Primeiro modelo poderá voar ainda este ano

Pedro Rosas
Portal do Aviador
Tecnologia E–thrust 
A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo, disse o escritor Peter Drucker. Sem dúvida que, para as tecnologias de ponta, o amanhã pode chegar rápido demais e talvez o desafio seja mesmo antecipá-lo. De olho nos giroscópios e radares, a indústria da aviação vem experimentando, há muito tempo, alternativas ao combustível, incluindo até mesmo a energia solar. E por que não aviões elétricos?

A ideia já ocupa as salas de reuniões do consórcio aeroespacial europeu EADS que, em parceria com a Rolls-Royce, pretende sair na frente, como pioneiro na construção do híbrido. A realidade pode estar um pouco distante, perto de 2050, mas o programa acaba de sair do papel com o nome de “E- Thrust”, e tem sustentação no grande tripé do futuro: aparelhos mais limpos, mais silenciosos e consumo irrisório de combustível. 

Descrito como o caminho mais próximo para o desenvolvimento de aeronaves totalmente elétricas, o E-Thrust conta com sistema de “propulsão distribuída”, composta por vários ventiladores elétricos dispostos ao longo do comprimento da asa, alimentados por um sistema de recarga de energia movida a uma turbina a gás. O projeto faz parte do chamado "Flightpath 2050", um plano organizado pela Comissão Europeia para melhorar a eficiência dos voos na região nas próximas décadas, reduzindo em 75% as emissões de C02 das aeronaves. 




Tecnologia avançada

Algumas tecnologias necessárias para o primeiro híbrido decolar estão em fase de desenvolvimento. Entre elas, a supercondutividade. Materiais supercondutores têm baixa resistência elétrica, o que significa que os cabos que transportam eletricidade podem ser mais leves e finos. Mas como geralmente são mantidos em temperaturas próximas do zero absoluto, o híbrido vai precisar de um sistema de refrigeração. Mas há outra solução: supercondutores desenvolvidos para temperaturas elevadas.

O avião irá funcionar como um carro híbrido. Vai usar baterias para armazenamento de energia, e elas vão agir como um capacitor. Na decolagem, onde é necessária a potência máxima, o gerador de turbina e as baterias terão todo o seu poder desviado para as turbinas. Em seguida, quando o avião atinge uma altitude de cruzeiro uma parte da potência da turbina poderá ser desviada para recarregar as baterias, e os as turbinas auxiliares podem ser usadas para regenerar energia também.

E-fan
E-Fan, caçula dos elétricos, deverá voar ainda este ano

O consórcio europeu EADS, porém, está testando a tecnologia em uma escala menor, com um avião elétrico de dois lugares chamado de E-Fan, que utiliza motores elétricos para propulsão. O E-Fan tem uma envergadura de pouco mais de 9 metros (31 pés), e obtém sua energia de duas baterias de íons de lítio multi-celular em cada raiz da asa. De acordo com seus criadores este fornece apenas uma hora de voo à velocidades em torno de 160kph (100 mph). A esperança é que o pequeno avião elétrico E-Fan deve voar pela primeira vez antes do final do ano.


Rolls-Royce acredita em microalgas para substituir querosene
Líder no mercado de motores aeronáuticos, a marca britânica de automóveis de luxo, a Rolls Royce, acredita que microalgas poderiam substituir, em um curto prazo, o querosene como combustível de aviação nas próximas duas décadas – pelo menos enquanto desenvolve suas turbinas elétricas. Impulsionados por um sistema híbrido similar aos carros energeticamente eficientes, a composição poderá reduzir em 75% a emissão de dióxido de carbono encontrada nos combustíveis tradicionais. As microalgas, encontradas em águas doces e salgadas, trazem nível elevado de óleo e são consideradas responsáveis pela maior parte do oxigênio da atmosfera terrestre. Foi estimada a existência de 200 mil a 800 mil espécies no mundo.

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